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sábado, 29 de janeiro de 2011

Um Grito ao Cineclubismo

É sim tarde da noite ou melhor, já é madrugada a fora, que por aqui sigo assistindo alguns Curta metragens, entre eles me deparo com "Meninos da Guarani" de Markus Konká, e me leva a refletir sobre a violência urbana, mais que isso, sobre os talentos e chamas de esperança que se apagam nas ruas de nossas cidades.
 
E o que fazemos nós? Como apenas refletir?
 
Quando todo processo de humanização, toda luta por mais dignidade, vai atravessar as chamadas de marketing de nossos Governantes e se tornarem realmente reais?
 
Dai , sinto o calor do cineclubismo que acredito, a possiblidade de levar as pessoas a refletirem sobre o cotidiano e a reliadade através da tela, da imagem em Movimento, e baseado neste contexto, me vem a mente a lembrança de muitos dos Cineclubes do Rio de Janeiro, que persistem exibindo nos bairros de periferia, é de fato, uma oportunidade além da democratização do acesso ao cinema, mas sim da formação de espaços de resistência e reflexão, quando sim, de fato, através do cineclubismo, podemos contribuir para um caldo cultural que possa incentivar mudanças de atitude e comportamentos. Um espaço onde após a exibição de filme, passa a ser um espaço de reflexão e ações, no que tange, a busca por condições dignas de vida.
 
Poderia citar dentor do Universo que tenho por conhecimento, o trabalho do Cineclube Olho da Rua e do Cineclube Kbeça que funcionam no ES. Me vem o Centro de Referência da Juventude e algumas ações que são realizadas ali.
 
Dai conclamo aos cineclubes realizarem sempre que puderem, com efeito, manter vivas estas chamas de esperanças, crianças e jovens, mantê-los pensantes sempre, vivos de cultura e atitudes de paz, buscando e sonhando sempre com um amanhã melhor, com mais oportunidades.
 
É neste cineclubismo que eu acredito, acredito que dentro do conceito desta viajem minha, sendo delírio ou não, começamos bem, quando pensamos em cineclubismo e educação, mas precisamos e podemos pensar mais, dentro do universo do cineclubismo e suas ações, temos cineclubes ambientais discutindo a questão ambiental, temos cineclubes discutindo a questão da sexualidade, temos cineclubes discutindo a violência, temos uma alta gama de variáveis. E creio ou acredito, que precisamos buscar formas e projetos, a nível de Conselho Nacional, que possam contribuir para um Brasil mais digno, um Brasil de paz, um encontro de nossa pluralidade e diversidade cultural, na busca de uma cultura de paz. Uma ação que possa contemplar todas estas variáveis.
 
O cineclubismo que acredito, é capaz de transformar comportamentos, capaz de sugerir ações, e capaz de ser um caldo para o nascimento de idéias e pensadores.
 
Necessitamos cada vez mais ocupar os espaços então ocupados pela violência e morte, precisamos invadir estes espaços mal ocupados, seja através do cinema, seja através de outras e diversas manifestações.
 
E que esta ocupação não seja fruto da mídia ou de discursos de Governos preocupados com o voto ou com a Campanha do ano que vem, mas fruto de Políticas Públicas e da organização da sociedade civil, que não seja de fora para dentro mas de dentro para dentro, aliando a conciência comum de cada um em sua comunidade somado a ações coletivas.
 
Me perco em toda odisséia do que estou pensando agora, mas me deixo levar por acreditar que o cineclube é ferramenta fundamental no que tange a formação de idéias e pensadores, no que tange a formação do cidadão e formação de atitudes e ações.
 
Eu fico, no texto de Augusto Cury no Romance o Vendedor de Sonhos, quando um andarilho se curva diante dos Professores e declara: " Uma sociedade que aparelha muito mais quem pune do que quem educa, é uma sociedade doente."
 
Logo me vem a frase do Cineclubista Orlando Bonfim, no Filme Documentário Diálogos:
"... Cineclube... é se posicionar perante a vida..."
 
Viva ao cineclubismo e suas possibilidades!
 
Por uma cultura de paz, por mais humanidade e dignidade de vida.

Luciano Guimarães de Freitas

Diretor de Relações Institucionais
Cineclube Juparanã

 

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Eu quero ver ...

O Cineclube Colorado retorna suas atividades em fevereiro e queremos saber qual filme você gostaria de assistir. Mande para nós sugestões de filmes, ou, para você que fez um filme, nós podemos exibí-lo!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Assembleia



O Cineclube Colorado convida a todos para participarem da Assembleia Geral, que será realizada no dia 19 de Janeiro de 2011, às 19h30min, no Bar do Pantera, em Campo Grande, Cariacica – ES.

A reunião terá a seguinte pauta:
  • Debate sobre as atividades do Cineclube, (O que fizemos ao longo de seu primeiro ano de atividade, e, o que precisamos melhorar);
  • Eleição da nova Diretoria do Cineclube, mudanças no Estatuto;
  •  Metas do Cineclube Colorado para 2011.

A Assembleia é aberta a todos que têm interesse em participar das atividades do Cineclube, quem tiver sugestões e ideias para apresentar ao Cineclube esse é o momento.
Contamos com a participação de todos!

Atenciosamente,
Equipe Cineclube Colorado



quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Saiba o que é o movimento cineclubista


O QUE É CINECLUBE

Cineclube é uma iniciativa do público, uma associação sem fins lucrativos que estimula os seus membros a ver, discutir e refletir sobre o cinema.

Existem cineclubes dos tipos mais variados: em bairros com pouca estrutura de cultura e lazer; em cidades pequenas, onde não há cinema; em colégios, faculdades, escolas de cinema; junto a movimentos sociais, rurais e urbanos, ou a entidades ligadas à defesa do meio ambiente; em sindicatos e associações profissionais; em empresas e em bares; atuando no campo dos direitos e da preservação da cultura de grupos populacionais, como os afro-brasileiros e os índios, ou mesmo de comunidades de imigrantes, internos e externos; os que trabalham com a questão dos gêneros e diversidade de orientação sexual; os ligados a partidos políticos, os que estudam cinema – e até mesmo um gênero ou uma bitola - e os que reúnem colecionadores de filmes. É praticamente impossível, inesgotável, a classificação dos cineclubes. Em toda parte, aonde o cinema não chega ou aonde o que chega não satisfaz, a população, o público organiza cineclubes.

O cineclubismo surgiu nos anos 20 do século XX na França. No Brasil ele surge em 1928 com o Cineclube ChaplinClub no Rio de Janeiro.

O dicionário define cineclube como uma "associação que reúne apreciadores de cinema para fins de estudo e debates e para exibição de filmes selecionados", mas a imprensa e o senso comum amesquinham esse sentido e tratam o cineclubismo como uma atividade de mero lazer cultural, fomentada talvez por algum tipo de nerd, um tipo de fanático juvenil amante do cinema. Ou como um sinônimo de sofisticação do consumidor, uma espécie de grife que adorna desde sessões especiais na televisão até salas "diferenciadas" que exibem os filmes com expectativa de público menor. Misturando um pouco de cada, também chamam de cineclube às beneméritas iniciativas de organizações culturais, educacionais, patronais e paternais voltadas ao atendimento de variadas comunidades. É claro que todas essas atividades têm seu lugar, sua necessidade, seu público dentro da sociedade. Nada contra. Mas cineclube é outra coisa.

Os cineclubes têm uma história própria, que liga a evolução do seu trabalho às diferentes situações nacionais, culturais e políticas em que se desenvolveram. Há vários tipos de cineclubes, alguns predominam em determinados países, em certas conjunturas. Em situações diferentes suas formas de organização e atuação também variam.
Os cineclubes surgiram nitidamente em resposta a necessidades que o cinema comercial não atendia, num momento histórico preciso. Assumiram diferentes práticas conforme o desenvolvimento das sociedades em que se instalaram. Mas assumiram uma forma de organização institucional única que os distingue de qualquer outra.

Três características, quando juntas, são exclusivas dos cineclubes, os distinguem de qualquer outra atividade com cinema e, ao mesmo tempo, abrangem uma ampla gama de formas e ações que os cineclubes desenvolveram nos mais diferentes contextos. Duas delas são muito simples e claras, só se encontram, juntas, num cineclube, e não existe cineclube onde essas características não estiverem presentes. A terceira, menos objetiva, deriva das duas primeiras e pode variar bastante de entidade para entidade, conforme a orientação predominante, mas é o que imprime direção à base organizacional definida pelas outras duas "regras" e o que dá conteúdo e objetivo, atualidade e personalidade ao trabalho do cineclube. São elas:

·         O cineclube não tem fins lucrativos;
·         O cineclube tem uma estrutura democrática;
·         O cineclube tem um compromisso cultural ou ético;

Os "cinemas de arte" têm dono, e seu objetivo maior é o lucro. Cumprem um importante papel no cinema e no mercado, mas são empresas, não associações, contratam ou nomeiam responsáveis; podem ser iniciativas boas, justas, eficientes e necessárias, mas, a rigor, não são democráticas. Num cineclube, os responsáveis pela sua orientação são necessariamente eleitos. Não ter fins lucrativos é outro elemento fundamental. É claro que a busca do lucro restringe o alcance de qualquer atividade, quando não sacrifica, em maior ou menor grau, sua qualidade. No cineclube, ainda que ele produza superávits financeiros com as suas atividades, esses resultados têm (até por lei) que ser reinvestidos na própria atividade: são, portanto, apropriados pela comunidade. Nesse sentido, o cineclube não é uma instituição tipicamente capitalista. O que nos leva à terceira "lei": organizado com base na mobilização de seus associados em função de um objetivo não financeiro, os cineclubes se voltam para fins culturais, éticos, políticos, estéticos, religiosos. Quase sempre realizam, de alguma forma, mesmo parcialmente, seus objetivos. Ou seja, os cineclubes produzem fatos novos, interferem em suas comunidades, contribuem para mudar consciências e formar opiniões, mobilizam. 

Não raro, são as sementes que chegam à floração de cineastas e outros artistas; crescem como instituições, transformando-se em museus, cinematecas, centros de produção; criam o caldo de cultura para mudanças culturais, comportamentais, para a geração de movimentos sociais. Os cineclubes produzem e modificam a cultura.

Estas três características também estão consagradas na legislação da maioria dos países. No Brasil, desde o final dos anos 60, com a Lei 5.536 (de 21/11/68) e, mais tarde, com as conquistas obtidas pelo movimento cineclubista organizado, com a Resolução nº 30 do Concine (1980), os cineclubes tinham de ser "associações culturais sem fins lucrativos", que aplicassem seus recursos exclusivamente em suas atividades culturais cinematográficas (também definidas na legislação).

(Texto: Felipe Macedo)

Confira alguns sites sobre o movimento:




Veja alguns depoimentos e experiências cineclubistas:

Apresenta diversas realidades de cineclubes espalhados pelo país, mostrando as mais variadas formas de se fazer cinema.

Por meio de depoimentos de diversos cineclubistas, o documentário busca conceituar a atividade e toda sua gama de relações com a sociedade.

O que é cineclube para você?
 Algumas pessoas explicam o que é cineclube para elas.